domingo, 25 de julho de 2010

O Sono

hypnos2 Hypnos – Deus Grego do sono

Sono (do latim somnu, com o mesmo significado) é um estado ordinário de consciência, complementar ao da vigília (ou estado desperto), em que há repouso normal e periódico, caracterizado, tanto no ser humano como nos outros animais superiores, pela suspensão temporária da atividade perceptivo-sensorial e motora voluntária.

O Estado de sono é caracterizado por um padrão de ondas cerebrais típico, essencialmente diferente do padrão do estado de vigília, bem como do verificado nos demais estados de consciência. Dormir, nesta acepção, significa passar do estado de vigília para o estado de sono.
No ser humano, o ciclo do sono é formado por cinco estágios e dura cerca de noventa minutos (podendo chegar a 120 minutos). Ele se repete durante quatro ou cinco vezes durante o sono.quadro2

Ao dormir, os sentidos perdem-se na seguinte ordem: visão, paladar, olfato, audição e tato. O tato desperta ao mais leve toque sobre a pele. É o vigia do corpo adormecido.
Ao despertar, os sentidos voltam nesta ordem: tato, audição, visão, paladar e olfato.
Do que se tem registro na literatura especializada, o período mais longo que uma pessoa já conseguiu ficar sem dormir foi de onze dias. (Por curiosidade, Napoleão Bonaparte dormia quatro horas por noite; já Albert Einstein precisava de dez horas de sono).

QUANTO TEMPO DEVEMOS DORMIR?
Em geral, quanto mais velho um ser humano fica, de menos tempo diário de sono necessita[1]segue esquema:
De 0 anos a 3 anos: mais de 10 horas de sono;
De 4 anos a 6 anos: em media 10 horas de sono;
De 7 anos a 8 anos: em media 9 horas de sono;
De 9 anos a 14 anos: em media 8 horas de sono;
De 15 anos a 16 anos: em media 7 horas de sono;
De 17 anos a 50 anos: em media 6 horas de sono;
De 51 anos a x anos: Podem dormir menos de 6 horas, havendo variações.

horas2 Entretanto, podem haver variações nesse quadro, pois o sono é muito subjetivo, enquanto algumas precisam por volta de 4 horas de sono, outras precisam de 9 a 10 horas.

Importância do sono – Porque precisamos dele

dormindodormindo2dormindo3

Muitas vezes quando nos levantávamos pela manhã para ir ao colégio, perguntávamos o porquê. Nossos pais só nos diziam que era para o nosso bem, que era preciso. Dormir é mais ou menos assim. Sabemos que precisamos, mas não entendemos a razão. Talvez porque não exista apenas uma resposta. Assim como ir para aula todo dia não servia apenas a um fim.

Existem várias teorias sobre a função do sono:
- Restaurar processos químicos e físicos deteriorados durante a vigília.

- Conservar energia.

De quantas horas de sono necessitamos?
Baseado em várias pesquisas, o ideal é em torno de sete horas. De seis a oito horas, seriam os extremos.
- todos os animais vertebrados dormem
- o sono é um processo ativo ao contrário do que se pensa, gasta-se energia ao dormir.
- controlados por relógios biológicos em núcleos do hipotálamo, presentes desde a vida fetal.
- é determinado pelo ciclo claro-escuro. A luz induz a liberação de substâncias químicas e falta dela também.
- intensa atividade cerebral
- perda do tônus muscular e perda do equilíbrio postural para economizar energia e utiliza-la somente nos processos cerebrais e das células nervosas.
- Pequenos dormidores – necessitam de no máximo 6:30 hs para repouso e grandes dormidores que necessitam dormir no mínimo 8:30 hs
O sono não é uma função (como a digestão), mas um estado da vida com inúmeras funções, muitas das quais relacionadas à conservação de energia. Embora não se tenha desvendado completamente o papel indispensável do sono na sobrevivência dos seres vivos sabe-se cada vez mais sobre sua arquitetura.

Observando-se uma pessoa dormindo, tem-se a idéia de que o sono representa um estado único, monótono e, sobretudo impenetrável. O sono era considerado assim, pois não havia método capaz de avaliar o que ocorria internamente com a pessoa dormindo. O principal instrumento para as descobertas sobre o sono foi um exame chamado polissonografia que permitiu entender muita coisa nova e útil, mas que também revelou novos mistérios. Graças a este exame reconhece-se hoje que o sono não é um estado homogêneo e que há dois estados de sono.

O sono mais surpreendente e o último a ser descoberto (1953) é o sono em que ocorrem movimentos rápidos dos olhos e durante o qual sonhamos. Por suas iniciais em inglês, “Rapid Eye Movements”, este sono é chamado REM. Apesar de ocupar apenas 20% do sono de um adulto o sono REM (R) é tão importante que o restante é chamado de sono Não-REM. O sono Não-REM (N), a partir de 2007, passou a ser dividido em apenas três estágios: N1, N2 e N3.

Ciclos do sono
Partindo da vigília, o sono inicia com o estágio 1. Poucos minutos depois, ele avança para estágio 2 (sono superficial ou leve) e em torno de 20 minutos passa para estágios 3 e 4 (sono profundo ou pesado). Esses estágios podem ser classificados juntos como sono de ondas lentas (SOL) e são os estágios de sono mais profundo. O SOL ocorre mais na primeira metade da noite. Por isso, é difícil acordar alguém que adormeceu há pouco.
Uma hora e meia após o indivíduo ter adormecido ele apresentará um primeiro e curto período de sono REM. Isto se repetirá a cada noventa minutos e a cada novo período o sono REM será mais longo. Pela manhã, rareiam os estágios 3 e 4 de sono profundo e os períodos de sono REM se ampliam, podendo durar até uma hora. Por isso, lembramos mais facilmente os sonhos da manhã.

QUAL O PORCENTUAL NORMAL DE CADA CICLO?

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Sonhos
Os sonhos ocorrem no sono REM e não devem ser necessariamente lembrados. A lembrança de sonhos exige que haja um despertar durante o sonho pois a memória só funciona após 5 minutos de vigília. Despertares podem indicar distúrbio do sono. Quem dorme bem tem um sono calmo e pode nunca se lembrar de um sonho. O corpo sofre uma paralisia quase completa durante o sono REM que nos impede de “representar” os sonhos. Há um distúrbio em que um defeito desta paralisia do REM permite à pessoa representar o sonho, fazendo-a correr risco de acidentes.
Existem, também, teorias sobre a função do sonho:


- Estimular o crescimento cerebral.

- Apagar memórias indesejáveis.

- Consolidar a memória.

Estados
Como vimos, o sistema nervoso é aparentemente construído para funcionar em três estados: Vigília – NãoREM – REM. Estes estados ocorrem separadamente e parece ser melhor que não ocorram intromissões de um em outro.
Despertares
Pequenas intromissões da vigília durante o sono normal ocorrem na forma de despertares breves nos quais não se recupera a consciência ou a memória. Isto se manifesta através de 30 a 60 movimentos por noite, quando se muda de posição ou se arruma as cobertas, sem que se lembre disso pela manhã. Os movimentos ocorrem nas trocas de estágio e nos estágios de sono mais superficial.
Relógios do sono:
Os horários de sono e de vigília são em parte condicionados pela adaptação de cada animal. Os que são mais adaptados a viver de dia dormem à noite, e vice-versa. Entretanto, as pessoas vivendo algum tempo em cavernas, sem nenhuma comunicação com o exterior, apresentam ritmos um tanto variados.

Na maioria dos casos, seus ciclos são de 24 a 28 horas, mas em alguns, pode alcançar até 50 horas. Na vida diária não ocorrem estas variações, pois, além do sol, existem indicadores de tempo, como a hora de comer, de trabalhar e de dormir, ditadas pelo relógio, que forçam o organismo a seguir o medidor de tempo social.

Algumas pessoas podem perder-se destes indicadores e passar a apresentar doenças. Aposentados que moram sozinhos são um exemplo. Sabe-se que as pessoas com ciclos maiores que 24 horas podem sofrer mais ansiedade e ter dificuldades em levar uma vida normal. Estão se tornando conhecidos os problemas que sofrem os trabalhadores que fazem trocas de turnos e pessoas que não mantêm uma rotina regular. Acabam perdendo seus indicadores de tempo e desenvolvendo insônia e desadaptação de difícil tratamento.
- O Brasil tem cerca da 150 laboratórios do sono e dezenas de especialistas, mestres e doutores em medicina do sono.horson2
Controlar o ritmo das horas é uma das maravilhas da função cerebral. Sinais que partem do tecido cerebral controlam o ritmo diário das reações metabólicas essenciais para o funcionamento harmonioso do organismo. Os neurônios responsáveis pelo controle do ritmo das reações fisiológicas fundamentais estão concentrados numa região do cérebro conhecida como núcleo supra-quiasmático.
Estudos conduzidos em ratos mostram que o ritmo básico gerado nessa área do sistema nervoso é mantido silenciosamente em ciclos de 24 horas, pela alternância de luz e escuro que o animal experimenta durante o dia e a noite. Do ponto de vista evolucionista, esse mecanismo é arcaico pode ser encontrado mesmo nas bactérias. No entanto, as vicissitudes da vida moderna podem subverter essa ordenação de funcionamento que a evolução preservou durante bilhões de anos.

Importância das horas de sono
Dormir oito horas por noite é um luxo de poucos nas grandes cidades. O telefone que toca sem cerimônia até altas horas, o filme na TV, as crianças acordadas até tarde, os programas noturnos, o trabalho que levamos para terminar em casa e os compromissos logo cedo, colaboram para que o intervalo de tempo reservado para o sono seja cada vez mais curto no mundo moderno.
Trabalhos experimentais demonstram que o sono nos mamíferos é essencial para o combate eficaz às infecções, para que o cérebro processe informações, armazene memórias e elabore estratégias essenciais à sobrevivência da espécie.
As pessoas que não dormem o suficiente sentem falta de energia para as tarefas diárias, ficam deprimidas ou irritadiças, queixam-se de dificuldade de concentração, apresentam maior freqüência de doenças infecciosas, acidentes automobilísticos e envelhecem mais rapidamente.
Há evidências consistentes de que a privação de sono também aumente o risco de diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e obesidade. Por outro lado, os adultos que dormem mais do que sete a oito horas por dia, enfrentam problemas semelhantes aos que dormem menos do que o necessário.
O número de horas de sono ideal para reparar as energias gastas em vigília, costuma ser em média de seis a oito horas por dia. Enquanto para alguns, cinco horas por noite são suficientes para enfrentar as tarefas diárias, outros passam o dia cansados se não dormirem nove ou dez. Como regra, os mais velhos necessitam de menos horas de sono do que as crianças e os adolescentes.
A verdade é que os especialistas não conseguem entrar em acordo sobre quantas horas cada organismo precisa para repousar adequadamente. A maioria, entretanto, concorda com as três regras seguintes:

1) Dormir o suficiente para passar o dia inteiro sem sentir sono;

2) Dormir até acordar sem necessidade de despertador;

3) Dormir o número médio de horas que costumamos dormir depois de alguns dias de férias (levar em conta que nos primeiros dias sem compromissos podemos dormir mais do que o necessário).

Sugestões para bem dormir – HIGIENE DO SONO

A tabela abaixo reúne as sugestões clássicas para uma noite bem dormida:

1 ) Evite cafeína, nicotina e álcool nas últimas horas do dia;

2 ) Não faça refeições exageradas antes de deitar;

3 ) Procure deitar no mesmo horário, mesmo nos finais de semana;

4 ) Procure fazer exercícios físicos durante o dia, mas evite fazê-los à noite;

5 ) Mantenha o quarto arejado e numa temperatura agradável;

6 ) Use a cama apenas para dormir e fazer sexo;

7 ) Faça exercícios de relaxamento ou tome banho quente antes de deitar;

8 ) Só use pílulas para dormir em caso de absoluta necessidade e sob orientação médica;

9 ) Evite dormir durante o dia. Se for muito necessário, faça-o por períodos de no máximo uma hora, antes das três da tarde;

10 ) Se estiver deitado por mais de trinta minutos sem conseguir pegar no sono, saia da cama e vá ler um livro sob a luz de um abajur em outro cômodo;

11 ) Não assista à TV no quarto de dormir.

Se as sugestões acima forem inúteis, procure um especialista em sono. Há distúrbios como a apnéia do sono que exigem orientação médica, tratamento clínico, aparelhos para auxiliar a respiração e até cirurgia.

Privação do sono
priva2 Definição:
É uma falta da quantidade necessária de sono por uma pessoa.
A duração do sono pode ser reduzida (privação) em diversas situações como nas pessoas que trabalham ou estudam muitas horas em detrimento do sono; também nas pessoas que dormem menos por lazer, para ter mais tempo para se divertir e menos para o sono. Esta privação pode ser portanto auto-imposta ou imposta pela sociedade sendo muito importante e com as consequências no dia seguinte.
No geral, a falta de sono pode resultar em bocejo, confusão geral, Depressão Nervosa, desmaios, despersonalização / desrealização, diminuição da atividade mental e concentração, dor de cabeça, dor nos músculos, fala sem sentido, hiperatividade, hipertensão, impaciência, irritabilidade, lapso ou perda de memória, náusea, olheiras, palidez, perda ou ganho de peso, psicose, sintomas similares aos de intoxicação alcoólica, tempo de reação reduzido, tontura, tremor nas mãos, visão embaçada, dentre outros.

A IMPORTÂNCIA DO SONO EM NOSSA VIDA

- Em um experimento, cães que foram privados do sono, morreram de 4 a 6 dias e apresentavam profunda hipotermia (baixa temperatura do corpo), redução do nº de hemácias e hemorragias capilares na região cinzenta do córtex cerebral. No mesmo experimento, em 1894, outro grupo de cães privados de alimento, morreram de 20 a 25 dias. Concluindo: a ausência total do sono é mais fatal para os animais do que a ausência total do alimento.
- aproximadamente 45% da população tem privação do sono.
- Exposição excessiva a luz artificial, novidades da sociedade moderna, pressões socioeconômicas e distúrbios do sono.
Vários tipos de cefaléias (dores de cabeça) estão relacionadas a distúrbios do sono.
- RONCO: 45% dos homens e 30% das mulheres acima dos 65 anos roncam. Na cidade de São Paulo, homens de 20 a 40 anos, 26,5% roncam, e aumenta para 36% acima dos 40 anos. Nas mulheres, nesta mesma faixa etária, 8,9% roncam, aumentando para 24,5% após os 40 anos.
Quem ronca tem duas vezes mais chance de desenvolver hipertensão arterial sistêmica, excluindo a idade e a obesidade como fatores de risco.
Antes de o indivíduo desenvolver a SAHOS, ele passa pelo estágio de roncador primário. Caso não seja feito nenhum tratamento inicial, ele evoluirá para SAHOS, que com o passar do tempo passará de um grau leve ao severo.
A SAHOS é causa de grande número de acidentes de trânsito, ficando atrás apenas da causa imprudência, e à frente da embriagues (segundo dados do denatran), como também acidentes de trabalho (Acidente de Chernobil é um exemplo clássico).

Cochilar ao volante é uma das atitudes mais perigosas no trânsito. Entre 27% e 32% dos acidentes de trânsito no mundo são provocados por motoristas que dormem na direção, responsáveis também por valores entre 17% e 19% das mortes no asfalto. “Isso sem contar as mortes das pessoas acidentadas que são levadas aos hospitais para atendimento”. Os números foram obtidos pela Unifesp em pesquisa da Universidade de Gênova, na Itália, já que não há no Brasil estudo semelhante. Nesta semana, o governo determinou a inclusão de exame de doenças do sono no processo de habilitação de motoristas de veículos pesados.

Em 2004, segundo estatística do Ministério da Saúde, 34.654 pessoas morreram em acidentes de trânsito – se aplicada a média mundial, 6.242 podem ter morrido por conta de cochilos ao volante. Foi com base em estudos do Instituto do Sono da Unifesp que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou nesta semana a resolução 267, determinando que motoristas que quiserem tirar ou renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias C (para dirigir caminhões), D (ônibus) e E (carretas), além da avaliação médica padrão, se submetam a exames para detecção de distúrbios do sono.

Estima-se que 3 milhões de pessoas dirijam profissionalmente no País. Por essa razão seria impraticável exigir que todos os motoristas que fossem tirar ou renovar duas CNHs passassem pela avaliação. Em caso de detecção do potencial para o desenvolvimento de doenças do sono, o médico tem a prerrogativa de indicar ao motorista para que passe pelo exame de polissonografia, feito por meio de sensores colados à pele com adesivos, durante o sono – para investigar mais profundamente o problema.

“Há que se ressaltar que não existe a obrigatoriedade da polissonografia, como informado na imprensa. O que existe é que a decisão de indicar o exame passa pelo médico perito de trânsito. Em muitas cidades não há locais para realização da polissonografia. Nas grandes capitais, esse exame é coberto pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e pelos planos de saúde. A expectativa é de que, entre os motoristas que renovam anualmente suas carteiras das categorias C, D e E, no máximo 10% tenham de realizar o exame. Caso seja detectada a propensão ao distúrbio do sono, o motorista pode receber uma carteira provisória de habilitação e fazer um tratamento para depois obter a definitiva.

UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA E DO TRABALHO
Estudo do Instituto do Sono da Unifesp de 2000 mostrou que 16% dos motoristas de ônibus admitiram cochilar durante o trabalho, embora a real proporção de profissionais que dormiam no volante era de 48%. Outros estudos da Unifesp apontam que motoristas com as doenças de sono têm de duas a três vezes mais chances de se envolverem em acidentes, mas quando tratados a redução dos problemas é de 70%.
Já o presidente da Associação Brasileira de Medicina no Trânsito (Abramet), Flávio Emir Adura, aponta ainda que há uma relação quase em igual proporção entre acidentes provocados por doenças do sono e consumo de álcool. “Empresas de transporte que passaram a realizar internamente exames para a detecção das doenças do sono em seus motoristas apresentaram uma redução bem grande do número de acidentes fatais”, complementa o especialista em medicina de trânsito.

Segundo Adura, algumas pessoas têm maior potencial para desenvolver doenças do sono. Obesos, hipertensos, pessoas com pescoço mais grosso e com dificuldade de entrada de ar na cavidade oral estão mais propensos aos males. De acordo com José da Fonseca Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), esse é o perfil de muitos dos profissionais das estradas no País. “A carga de trabalho é muito puxada, o sujeito ganha mal. Por isso, acaba comendo mal, em restaurantes de beira de estrada. Não duvido que, se fosse feito um levantamento, a gente descobrisse que uns 70% dos caminhoneiros têm algum problema de saúde como obesidade, pressão alta”, afirma.

Para o representante dos caminhoneiros, a medida tomada pelo Contran foi correta, já que era necessário fazer algo para reduzir a quantidade de acidentes nas estradas. Contudo, ele ressalva: “Só não dá para fazer da maneira que foi feito, tudo muito em cima. Muitos caminhoneiros não têm como realizar esses exames e não sei se a saúde pública está preparada para atender essas pessoas no Brasil”, afirma. Segundo Lopes, a Abcam estuda criar um grupo de apoio médico e lançar uma campanha de informação para que caminhoneiros que estejam a seis meses de renovar suas habilitações possam fazer exames e detectar possíveis comprometimentos de saúde e buscar tratamento antes da avaliação médica obrigatória.
Anfetaminas

Adura e Mello concordam no que diz respeito ao risco do uso por motoristas – em especial caminhoneiros – de substâncias que tiram o sono, conhecidas como anfetaminas. “Infelizmente, é fato que muitos usam a anfetamina, que pode ser comprada em farmácias de beira de estrada, às vezes em moderadores de apetite”, explica Adura. Embora em um primeiro momento a substância evite o sono, ela provoca depois uma fadiga muito forte no motorista. “Além de tudo, cria dependência e acaba por provocar distúrbios de sono”, alerta Mello, que completa: “Não tem jeito. O único remédio para o sono é dormir – mas não no volante”.

A SAHOS (Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono) predispõe o individuo a ter três vezes mais chance de ter infarto do miocárdio, e acidente vascular cerebral. Aumento de episódios de amnésia, queda no desempenho sexual, dificuldade de concentração.
Drogas que potencializam a apnéia: álcool, sedativos, hipnóticos e narcóticos.
Em alguns casos basta uma redução de peso e melhoria da ventilação nasal.

TIPOS DE TRATAMENTO CIENTIFICAMENTE COMPROVADOS

Cirúrgico
- UPFP total ou parcial – remoção total ou parcial da “campainha” (Úvula)
- ortognática – Avanço da mandíbula e maxilar superior
- glossectomia – Remoção de parte da base da língua

Clinico
- CPAP (Continuous Positive Airway Pressure),

- BPAP (Bi-level)

- APAP (Automatic)

cpap2

- Aparelhos intra-orais reposicionadores mandibulares

SISTEMA PLG PARA TRATAMENTO DO RONCO E APNÉIA DO SONO – O Aparelho PLG

O Sistema PLG de tratamento não é apenas um aparelho para ser usado nos casos de ronco e apnéia do sono, é composto além do aparelho, de um método de tratamento baseado em experiência clinica de mais de 10 anos e evidências científicas baseadas nas mais recentes pesquisas e publicações na área, que compreendem um cuidado geral com a individualidade de cada paciente, tendo uma forma individualizada de avanço mandibular, cuidados com casos específicos como nos portadores de alterações da articulação têmporo-mandibular (ATM) e outros problemas como assimetrias de forma ou movimento da mandíbula.
O tratamento com o Sistema PLG baseia-se num diagnóstico adequado, alicerçado na multidisciplinaridade, seguindo os preceitos e protocolos desenvolvidos pelas principais entidades internacionais (American Academy of Sleep Medicine, American Sleep Disorders Association, Academy of Dental Sleep Medicine, Sociedade Brasileira de Sono).
O aparelho PLG, desenvolvido pelo Dr. Luiz Roberto Godolfim, tem sido utilizado com sucesso desde 1999, e desde então o Sistema PLG tem sido aprimorado de modo a obter os melhores resultados com o menor desconforto para os pacientes. O aparelho PLG é um aparelho que trabalha pelo avanço mandibular para impedir o colapso dos tecidos da garganta. Ele aumenta o espaço da parte interior da boca, não tendo nenhuma peça ou parte que possa interferir com a posição da língua (A língua quando recebe algum contato na ponta ou nos bordos se posiciona reflexamente para trás, invadindo o espaço aéreo), também possui um sistema na lateral composto de um arco e um tubo telescópico (usados há muitos anos nos aparelhos ortopédicos funcionais) que permitem que o paciente tenha alguma liberdade de movimento com a boca, aumentando o conforto e o relaxamento muscular, bem como permitindo que o aparelho possa ser regulado gradativamente de forma a se obter a melhor posição mandibular possível.
No sistema PLG têm-se a preocupação em planejar o avanço mandibular de acordo com a necessidade e com as características individuais dos pacientes, através da análise detalhada (clínica e radiografica) das características individuais dos pacientes (forma da face, assimetrias, quantidade, amplitude e simetria dos movimentos mandibulares) e suas limitações, como nos casos de problemas com a Articulação Têmporo-Mandibular (ATM). Para isso, além de uma cuidadosa determinação do avanço mandibular possível em cada paciente, utiliza-se um instrumento desenvolvido (George Gauge – Great Lakes Orthodontics) para o registro preciso da posição mandibular, de modo que o aparelho possa ser construído da forma determinada pelo profissional.
Segundo resultados apresentados no Congresso da Sociedade Brasileira de Sono (novembro 2007), os pacientes tratados pelo sistema PLG tem obtido uma redução média no índice de Apnéia (IAH) em estudo com polissonografia, de 74%, sendo que 54% dos pacientes tiveram redução total da apnéia do sono (IAH<5) e uma redução no ronco de 80% em média.

CONCLUINDO…

Em uma metanálise onde se avaliaram 1006 artigos científicos, e selecionaram 14 estudos que tinham metodologia correta, chegou a seguinte conclusão:
Os aparelhos intra-orais reposicionadores mandibulares foram mais efetivos que o tratamento cirúrgico, e menos efetivo que o tratamento com o CPAP, porém foram mais bem aceitos e confortáveis em relação a este último.

Em outro estudo, em 238 pacientes que se declararam adaptados ao uso do CPAP, foram registrados por quanto tempo eles efetivamente usaram o mesmo, e foi constatado que, em média, usavam em 65% do tempo total de sono, ou seja, em determinado momento, removiam a máscara, pelo desconforto ocasionado pela mesma.

Artigo do Dr.Douglas Bellomo

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